Menos de 5% dos sites de órgãos públicos são acessíveis a pessoas com deficiência

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Após o lançamento da terceira versão do Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico (e-MAG 3.0) pelo governo federal, chamado de gov.br, o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão constata que apenas 4,5% dos sites das administrações públicas possuem o nível mínimo de acessibilidade estabelecidos na cartilha. Dentre outras funções, a proposta sugere compatibilidade com leitores de tela para pessoas cegas, uso de símbolos em detrimento de cores, legendas em conteúdo audiovisual e explicações em áudio para infografias e imagens.

"Apesar de ser um número muito baixo, é o dobro dos sites acessíveis registrados um ano antes, por isso estamos satisfeitos com o progresso realizado até agora", afirmou o secretário do Ministério do Planejamento, Delfino Natal de Souza, nesta quinta-feira, 21, durante o Ciab 2012, evento de TI das instituições financeiras. Ele reconhece, contudo, a necessidade de trabalhar mais intensamente o e-MAG para sua efetiva implantação.

Segundo o secretário, o portal web da cidade de Rio das Ostras, no Rio de Janeiro, foi eleito o melhor em termos de acessibilidade de conteúdo do país. "Ele foi elaborado com base nas diretrizes do e-MAG, por isso alcançou o sucesso no projeto", explica Souza. Ele evidenciou o exemplo como uma maneira de produzir uma página na internet atraente para as massas, sem excluir as pessoas com acessibilidade reduzida.

"Um dos precursores da internet, o norte-americano Tim Berners Lee, concebeu a web como um meio de universalizar o acesso ao conteúdo. Não faz sentido, por isso, uma rede na qual existam excluídos", defendeu o especialista em desenvolvimento web do W3C Brasil, Reinaldo Ferraz. De acordo com uma pesquisa conduzida pela organização com 4 mil sites comerciais, o índice de acessibilidade básica é ainda inferior, de 2,8%. "Foram coletadas mais de 16 milhões de páginas, das quais apenas 475 mil tiveram as condições mínimas", conta Ferraz.

A líder no desenvolvimento de negócios da W3C, Karen Myers, fala da importância de criar um site único acessível, e não de uma página voltada apenas para pessoas com deficiências. "Isso não limita a criatividade de desenvolvedores, muito pelo contrário, estimula o desafio de produzi-las. Se houver duas páginas, haverá o dobro de trabalho de atualização de conteúdo e manutenção do site", conclui.

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